Este artigo apareceu como comentário a um post no blog Momentos Económicos.
Que os trabalhadores das empresas de transportes ganhavam mais até agora, ganhavam e isso é parte do problema a corrigir. Mas julgo que a análise a fazer não deverá ser apenas extensiva (i.e., quantos nódulos deve a rede de transportes ter) mas também intensiva (i.e., assegurar que o material circulante não circula a transportar ar em vez de transportar pessoas). Aqui, talvez fosse de pensar que algum do material circulante pudesse transportar mercadorias e não apenas pessoas. Será esta ideia tão far out como parece? Quanto à inevitabilidade e superioridade da privatização convém não esquecer que a exploração privada sofrerá de problemas de skimming (desnatamento?) que são comuns a outros sectores como a saúde e a educação, em que apenas as rotas mais rentáveis são servidas. A meu ver, a obrigação de serviço público deve ser vista à luz dos objectivos de desenvolvimento social e económico que o executivo pretende para as regiões servidas pelos transportes. Dou como exemplo o serviço da Carris junto ao ISCSP no Alto da Ajuda: tudo indica que deixará de ter um serviço de transportes depois das 20h00, quando o ISCSP tem inúmeros alunos em pós-laboral que, assim sendo, terão de sair antes das oito da noite, quando as suas aulas terminam às 22h30.