Pediram-me para me pronunciar sobre a intenção do Governo em acabar com quatro feriados, dois dos quais religiosos.
Algumas pessoas reagiram muito mal a esta medida, em particular no que toca aos feriados religiosos que vão ser extintos. É exemplo disso a celebração do Corpo de Deus que é tradicionalmente usado para comunhões e crismas.
Aqui darei apenas a minha opinião como economista. A verdade é que não somos todos iguais, i.e. não valorizamos todos os feriados de igual forma. Alguns darão muita importância ao 25 de Abril, outros darão ainda mais importância ao 10 de Junho. Para outros, será o dia 1 de Maio.
Assim, o que proponho é que o Governo fixe apenas o número total de dias (úteis) de pausa no ano. Por exemplo, se se optar por 30 dias úteis de pausa por ano, o trabalhador deverá poder escolher em que dias quer gozar as suas folgas, comunicando-os por escrito ao empregador no início de cada ano, para que este possa planear antecipadamente a actividade laboral.
Qual a vantagem desta alternativa? Daria liberdade às pessoas para que, se quisessem, fossem trabalhar durante a maioria dos feriados, acumulando esses dias e juntando-os aos dias de férias a que já têm direito. É uma questão pessoal como disse.
Conheço muitas pessoas que, em dia de feriado, como é só um dia, aproveitam muito mal o dia (do ponto de vista de lazer), chegando a trabalhar uma boa parte do mesmo. Ora, assim mais valia que tivessem ido trabalhar e tivessem direito a mais um dia de férias.
Julgo que é incorrecto forçar os dias em que o trabalhador deve parar, especialmente se ele e ela não dão valor simbólico ao que se celebra nesse dia.
Já agora, deixo a pergunta: “Por que é que não celebramos o 24 de Junho de 1128, data da decisiva Batalha de S. Mamede, que D. Afonso Henriques travou contra sua mãe?”.