A notícia do dia é que em Portugal a taxa de desemprego atingiu os 15%. (Podem ler o release do Eurostat aqui.) Por este motivo, escolhi para título deste post apenas “Quim Ze” (15 ou Quim Zé mas sem assento, i.e. sem emprego).
Não vou discutir o que é necessário fazer para baixar esta taxa tão elevada – outros o farão, estou certo. Em vez disso, optei, no espírito deste blog que tem como objectivo contribuir para a literacia economico-financeira dos povos lusófonos, explicar o que representa, de facto, uma taxa de desemprego de 15%.
O que vale a pena frisar é que o número de pessoas que não estão a trabalhar excede o número de desempregados. Porquê? Simplesmente, devido à definição de desempregado – alguém que não tem emprego e que está activamente à procura de um. Portanto, daí se conclui que alguém, sem emprego, que já tenha deixado de procurar um (há várias razões para tal, mas pode ter estado desempregado muitos meses e ficou desencorajado ou desmotivado), já não conta como desempregado e já não aparece nos 15%.
Como são calculados, então os 15%? Representam simplesmente a parte da população activa (a soma dos empregados e dos desempregados) que está desempregada, i.e. que não tem emprego e que está activamente à procura de um. NÃO fazem parte da força de trabalho (ou população activa) os estudantes, as donas de casa, os reformados, aqueles com meios para sobreviver sem trabalhar, e ainda os que, mesmo tendo estado empregados antes, deixaram de procurar activamente um novo emprego.