O FMI continua a sua série educativa, desta vez o tema é “O que é um banco?”.
Aproveito para divulgar o curso de 2008 do Professor Robert Shiller (Yale) “Mercados Financeiros” que está disponível na íntegra aqui pelo Youtube ou aqui pelo Itunes.
O curso de 2011 do Professor Robert Shiller (Yale) está aqui.
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Sobre Pedro G. Rodrigues
Investigador integrado no Centro de Administração e Políticas Públicas (CAPP) e Professor Auxiliar do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas, Universidade de Lisboa. Doutorado em economia pela Universidade Nova de Lisboa. Email: pedro.g.rodrigues@campus.ul.pt
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É interessante como a polissemia da palavra ‘banco’ permite um jogo de palavras curioso, repare: entra-se no banco, deposita-se dinheiro, sai-se e senta-se no banco, aguarda-se.
É a ideia de esperar que as coisas funcionem sem dinâmica inter-pessoal que nos tem deixado, precisamente, num estática no que diz respeito à ideia de crise, não lhe parece, professor?
Afinal, em Portugal, há muito tempo que falamos de crise. E continuamos!
Estamos em crise? Se sim, de quê?
Há relativamente pouco tempo, estive numa palestra onde esteve presente o sociólogo António Barreto, que punha essa mesma questão do tipo de crise que atravessamos. Ele dizia que a crise não é como a vemos, mas pior. No entanto, depois deu a entender que a crise ultrapassa a barreira dos cálculos.
É uma questão difícil, mas aproveito para lhe pedir a sua opinião: estamos perante uma crise de quê? Identidade? Más escolhas? De valores?
Desde já agradecido.
Só para concluir a ideia anterior: poderíamos chamar a esta crise uma crise de assímptotas? Dos limites humanos criados por humanos?
Só me fazes perguntas difíceis! 🙂
Julgo que é, acima de tudo, uma crise institucional. Uma crise que nasce, de um ponto de visto económico, da tensão entre a) a pressão junto dos Estados para dinamizar a actividade económica, mesmo que seja de uma forma pouco sustentável (isto explica depois o aparecimento de bolhas imobiliárias, NASDAQ, crescimento da função pública, etc), e b) a “trágedia dos comuns”, onde certas transacções económicas causam custos sobre outros que não o comprador ou o vendedor – a poluição, o tráfego, as alterações climáticas … onde há um custo social que não foi levado em conta – uma externalidade negativa. E por que é que é um problema institucional? Precisamente porque as instituições ainda não descobriram como lidar com problemas como o risco moral (o incentivo a comportamentos irresponsáveis quando há um seguro – foi o que aconteceu com Lehman Brothers, BPN, BPP, …) sem pôr em causa uma actividade económica dinâmica. Se por um lado as economias tendem a funcionar razoavelmente bem no longo prazo, a sua disfuncionalidade no curto e médio prazo induz o agente político a agir, criando muitas vezes problemas ainda maiores. Os agentes políticos deveriam aderir e respeitar o princípio Hipocrático de “First do no harm”. A dessincronização entre ciclos políticos e económicos torna isso complicado – e os media exponenciam o problema dando, a meu ver, demasiado peso a um problema de curto prazo. Há dores que são growing pains e não devem ser tratados com morfina.
Muito obrigado, professor.
A ideia de que existe um overreacting parece-me incrível!
Incrível em dois sentidos: (1) positivo, porque tal perspectiva permite sonhar, que é uma coisa muito importante para a economia, no que diz respeito às expectativas, principalmente e (2) negativo, pois existe, de forma irrevogável, um sofrimento patente (talvez já há muito latente) em certas classes sociais, considerando uma estratificação social marxista.
Mas, pelos vistos, então só nos resta adiar expectativas e esperar. Vamos ver se as promessas políticas são verdadeiras e, em 3-5 anos, estamos com maior poder de compra.
As alterações estruturais são quase tectónicas, pelo que duvido que em apenas 3 anos se veja alguma coisa. Se tudo correr bem, em 10 anos Portugal estará irreconhecivelmente melhor. Assim espero!
Muito obrigado, professor!