Quo vadis Europa?

Recebi um pedido para comentar o resultado das eleições na França e o que pode implicar a vitória de Hollande sobre Sarkozy. Imagino que queiram saber como é que Merlande vs. Merkozy afectará o futuro da Europa.

Este é um pedido que vou ter de recusar, aproveitando contudo a oportunidade para mostrar a evolução bolsista desde meados de 2007 de alguns países Europeus (Alemanha, França, Itália e Espanha), dos Estados Unidos e dos Mercados Emergentes.

Os dados são mensais. A primeira coisa que salta à vista é que o mercado espanhol (índice $IBEX) fechará o mês de Abril de 2012 num nível inferior ao que registou no pico da crise, no primeiro trimestre de 2009, com uma perda acumulada desde meados de 2007 superior a 50%!

Outra conclusão que se tira olhando os números é que os mercados emergentes já recuperaram a quase totalidade das perdas registadas. No pico da crise não registaram uma perda superior às economias avançadas e recuperaram mais rapidamente.

Finalmente, é interessante registar que a partir de 2010 começou-se a desenhar uma divergência permanente entre a Alemanha, Estados Unidos e Mercados Emergentes, por um lado, e a França, a Itália e a Espanha, por outro.

É caso para dizer que fica claro que os mercados financeiros antecipam com algum tempo o que depois acontece nas economias nacionais.

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Sobre Pedro G. Rodrigues

Investigador integrado no Centro de Administração e Políticas Públicas (CAPP) e Professor Auxiliar do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas, Universidade de Lisboa. Doutorado em economia pela Universidade Nova de Lisboa. Email: pedro.g.rodrigues@campus.ul.pt
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