Michael Porter é uma autoridade no que toca à competitividade de empresas e de países. Quem não se lembra do Relatório Porter encomendado pelo Governo Português nos anos 90?
Numa breve entrevista à CNN (cortesia Fareed Zakaria, GPS), Porter enfatiza a necessidade de investir nas competências para melhorar a qualidade da força de trabalho e assim aumentar a competitividade. Curiosamente, em vez de pedinchar mais apoio do Estado como por cá se faz, ele apela à concertação das associações de comércio.
Tendo claramente por base a definição da OCDE para competitividade, Porter relembra que ser competitivo é ser capaz de competir em mercados internacionais ao mesmo tempo que se melhora o nível de vida dos trabalhadores. Por isso, reduzir salários NÃO é a via para a competitividade. A solução então está na aposta no aumento da produtividade. É interessante como Porter faz eco de tudo que frisei numa conferência no ISCSP-UTL precisamente sobre Competitividade, Internacionalização e Crescimento económico.
Voltando à ênfase em investir nas competências dos trabalhadores como o activo mais precioso de um país, não posso deixar de referir (sem comentar) algumas das declarações mais recentes do Ministro dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas, que fica contente com o facto de exportarmos cérebros. Alguém seguramente nunca ouviu falar de “brain drain”. Se algum dos seus assessores estiver a ler este blogue, sugiro que vejam e tirem muitos apontamentos da entrevista do Porter. 🙂
O link para a entrevista.