O foco da análise será num indicador “avançado” relativo à conjuntura internacional, i.e. relativamente à fase do ciclo económico em vários países da Área Euro, e tem o seu interesse acompanhar regularmente porque fica disponível muito antes da divulgação dos números do PIB.
Que indicador é esse? É o resultado de uma pergunta sobre a ‘procura de empréstimos a empresas’ que é feita aos bancos. A pergunta é: “Nos últimos três meses, quais as alterações verificadas na procura de empréstimos ou linhas de crédito a empresas oferecidos pelo seu banco, depois de descontadas as flutuações sazonais normais?”. Como é um inquérito trimestral coordenado pelo Banco Central Europeu, é feita esta pergunta a um conjunto de bancos que operam no mercado de crédito. A partir dos resultados, calcula-se uma percentagem líquida que é a diferença entre a soma das percentagens cuja resposta foi “aumentou consideravelmente” ou “aumentou ligeiramente” e a soma das percentagens cuja resposta foi “diminuiu consideravelmente” ou “diminuiu ligeiramente”.
Há dias foram divulgados os resultados do inquérito realizado em Outubro de 2012. Actualizadas as bases de dados sobre este indicador avançado e sobre a taxa de crescimento homóloga do PIB (dados da OCDE) disponível trimestralmente, é tempo de analisarmos como está a conjuntura em alguns países da área euro.
Na Área Euro a desaceleração deve continuar ao mesmo ritmo.
Na Alemanha tenta-se a estabilização para evitar cair em recessão.
Na Itália, parece-me que o ritmo de desaceleração tende a abrandar um pouco.
Na Espanha a conjuntura vai provavelmente piorar.
E finalmente, em Portugal tenta-se a estabilização com recurso às exportações mas, como pequena economia aberta, a condicionante dos nossos parceiros – Espanha e Itália e o resto da Área Euro – é um factor negativo.