Não, não vou falar do partido CDS e como o comportamento do seu líder dificulta a saída da crise em Portugal.
Em vez disso, refiro-me aos chamados Credit Default Swaps (CDS), cujo preço cotado nos mercados financeiros internacionais serve para aferir o risco do devedor não pagar o empréstimo que contraiu. Sim, existe um CDS para Portugal, como existe um para todos os outros países.
No fundo, um CDS é um seguro que o credor tira para se cobrir da eventualidade de não reaver o capital financeiro que emprestou ao devedor. O problema, como vimos no caso dos CDS sobre as hipotecas sub-prime nos EUA é que pode haver a compra de um CDS, para fins especulativos, i.e. sem ter por de trás um empréstimo. Esse é o caso dos naked CDS.
Acompanhe o preço de um CDS referente ao Estado Português (a 5 anos) neste link, cortesia da Bloomberg. Reparem como o preço de um CDS a 5 anos para Portugal recuou para os níveis registados em Dezembro de 2012, i.e. antes do programa de compra de dívida pública portuguesa lançada pelo Banco Central Europeu que teve início depois do discurso de Mário Draghi para “fazer o que for necessário” para salvar o euro. De acordo com este blog, o valor que regista (perto de 500) é compatível com uma probabilidade de incumprimento (default) em torno dos 30%. Isto significa que recuámos para os níveis vistos em Dezembro de 2012 e Novembro 2011, tendo passado pelo máximo de 73% de probabilidade de incumprimento total no prazo de cinco anos, avaliado pelo mercado no final de Janeiro de 2012.
Fica aqui o link para a evolução nos últimos cinco anos da taxa de juro implícita numa Obrigação do Tesouro (dívida pública a 10 anos).
Para os mais curiosos, aqui ficam dois vídeos que explicam, em mais detalhe, o que é um CDS.