Em duas operações separadas, o BCE vai ainda este ano emprestar 400 mil milhões de euros às empresas na área do euro. Trata-se de um empréstimo de longo prazo, a taxa fixa, e muito perto de zero. O dinheiro não pode ser destinado ao sector financeiro, nem ao sector público (para comprar dívida pública, por exemplo), nem para sectores propícios a bolhas especulativas, como é o caso da habitação. Então destina-se a quê? Destina-se, assim, ao consumo por crédito, e à expansão da actividade das empresas quer através do investimento (compra de máquinas e equipamentos) quer através da contratação de empregados.
Como conciliar este estímulo com a necessidade de continuarmos a apertar o cinto? Através da ideia de responsabilidade orçamental no sector público, e da necessidade de inverter as expectativas quanto ao aparecimento de deflação (queda sistemática dos preços) na área do euro.
Para terminar, se este plano do BCE tiver sucesso (como acho que terá), talvez este seja o momento ideal para mover algum dinheiro que esteja em depósitos a prazo, adquirindo algumas unidades de participação num fundo de acções europeias. Digo eu, mas cada um que faça o seu trabalho de casa …