Surgiram nos últimos dias renovados ataques à forma como a FIFA, a Federação Internacional de Futebol, opera. Alegam corrupção, falta de respeito pela soberania das nações, e o facto de não ser na prática uma organização sem fins lucrativos por ter uma “reserva” de mais de 1 000 000 000 USD (sim, são mil milhões de dólares!). Depois também alegam que a FIFA está totalmente isenta de todo o tipo de taxas e impostos, que impõe aos países organizadores que alterem algumas das suas leis, que fica com todas as receitas da venda de bilhetes e direitos televisivos, e que assim beneficia de infraestruturas megalómanas que não ajudou a financiar. E tudo isto sem a MENOR preocupação pelos serviços públicos (educação, saúde, e outros tipos de investimento) que essas verbas poderiam comprar. Aliás, o Estádio em Manaus (Amazónia) é um bom exemplo do que, muito provavelmente, será um elefante branco depois da Copa: custou 290 milhões de dólares, será usado para meia dúzia de jogos, e depois do mundial o clube de futebol que fica mais perto costuma ter à volta de 800 adeptos.
É caso para dizer que, se calhar a única forma de pararmos isto é fazermos (colectivamente) um boicote ao mundial até que a instituição FIFA seja profundamente reformada.
Mas é tão difícil … porque a FIFA abusa do amor que temos pelo “jogo mais bonito do mundo”.
Veja ainda este artigo do Ricardo Reis no Dinheiro Vivo, e o vídeo seguinte, da autoria de John Oliver.