Está (quase) na hora de comprar Portugal

Na semana passada ouvimos o Nóbel, Robert Shiller, da U. de Yale, dizer que agora é o momento de comprar acções gregas. O melhor investidor de todos os tempos, Warren Buffett, também gosta de dizer que “a melhor altura para comprar é quando há sangue nas ruas” e a incerteza está no máximo. Só assim é que se compra valor ao preço mais baixo.

Esta semana, depois de muitos avanços e recuos, e muita contra-informação à mistura, lá a Grécia e o Eurogrupo (o grupo dos Ministros das Finanças dos 19 países que fazem parte do Euro) se entenderam sobre os princípios gerais de um acordo para um empréstimo de quatro meses para a Grécia resolver os seus problemas de tesouraria. No final de Junho lá assistiremos a uma nova ronda negocial quando a Grécia tentar convencer os seus pares a mudar de rumo com vista a um crescimento económico e finanças públicas mais sustentáveis.

Retórica à parte, trago-vos duas figuras que, juntas me fazem crer que, mais óbvio do que comprar acções gregas nesta fase, parece-me que a retoma da economia portuguesa pode estar quase aí. É sabido que os mercados accionistas de um país são tipicamente indicadores avançados das respectivas economias. Se assim for, a economia portuguesa poderá estar quase recuperada daqui por seis meses … i.e., em finais de Agosto, mesmo antes das próximas eleições legislativas. Agora digam lá se não era politicamente muito conveniente? 🙂

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A Figura retrata a evolução semanal de dois ETFs (Exchange-Traded Funds) que replicam o PSI20, no caso de Portugal, e o índice análogo no caso da Grécia. Para além do ETF grego ser muito mais volátil, é interessante denotar um primeiro rebento verde esta semana no caso do PSI20, mesmo com tantos problemas que a praça nacional tem vivido ultimamente (BES, GES, PT, …). Ainda é cedo, mas parece-me que está quase na hora de comprar o PSI20.

Finalmente, porque também achei bem interessante, deixo-vos, por cortesia da revista The Economist, uma figura que mostra que a recessão na Grécia foi tão profunda quanto foi a Grande Depressão nos Estados Unidos da América nos anos 30 do século passado e que dura há mais tempo. Começam agora os primeiros sinais de recuperação.

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Sobre Pedro G. Rodrigues

Investigador integrado no Centro de Administração e Políticas Públicas (CAPP) e Professor Auxiliar do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas, Universidade de Lisboa. Doutorado em economia pela Universidade Nova de Lisboa. Email: pedro.g.rodrigues@campus.ul.pt
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