Proponho “A Rota do Peregrino”. Alguém que é empreendedor que pegue nesta ideia. Para evitar o aumento da sinistralidade rodoviária, que se trace um caminho cénico para Fátima, longe das AEs, IPs, e ICs, com paragem em estalagens e restaurantes. A peregrinação a Fátima pode também ser uma oportunidade de promover turisticamente Portugal aos estrangeiros.

Sr. Prof. Pedro G. Rodrigues, seguramente o desconhece. Razão para evitar fazer afirmações sem fundamento, como se prova.
Concretamente, desde a cidade do Porto até ao Santuário de Fátima, o caminho de peregrinação está assinalado no terreno com SETAS AZUIS, repito, SETAS AZUIS. Assim se evita aos peregrinos a maior parte das estradas perigosas.
Eu fiz todo este trajecto em Maio de 2012. Por isso o afirmo tão categoricamente. Mas quem o publicita (a rota das “setas azuis”, obviamente!)? Eu? Não passo de um anónimo peregrino dos Caminhos de Santiago (e de Fátima) por esta Ibéria. Depois, questiono-me, atendendo à mentalidade do comum peregrino luso dos Santos Caminhos para a Cova da Iria, quantos teriam a “maçada” (sim, dá algum trabalho) de seguir as “setas azuis”?
Para se penitenciar desse seu afirmar sem conhecer de verdade o “chão” que aborda (imperdoável num Professor, não?), faça a alguns (futuros peregrinos) este favor: PUBLICITE ESTE ROTEIRO DE SETAS AZUIS. É sem dúvida uma rota segura e muito tranquila, pode crer. E já agora, EXPERIMENTE-A, por si! Vai agradecer-me.
Quantos aos estrangeiros peregrinos, não duvide, eles conhecem já razoavelmente estas “setas azuis”. Por cá, é que não. Enfim!
Sans rancune
carlosmahavishnu@hotmail.com
05/mai/2015
Obrigado pelo seu comentário, Sr. Carlos Cunha. Desconhecia as “Setas Azuis”. Já agora pergunto-lhe se só existem de Norte em direcção a Fátima ou se há também vindas de Sul e de Espanha, por exemplo. O facto de tão pouca gente conhecer o que refere, e de tantos morrerem vítimas de sinistralidade rodoviária parece-me evidência que de facto precisamos de (pelo menos divulgar melhor) uma Rota do Peregrino. Quanto ao seu comentário de que é imperdoável um Professor não saber isto, tenho a dizer que apenas fiz uma proposta, que mantenho intacta, como a fiz. Ser Professor não quer dizer que “nunca me engano e raramente tenho dúvidas”. Quer apenas dizer que num pequeníssimo lote do Saber tenho a responsabilidade de ensinar outros. Acredite que sou muito humilde no quanto eu não sei! 🙂 Agradeço-lhe particularmente o facto de se ter identificado, algo que é cada vez mais raro nos dias que correm.
Sr. Prof. Pedro G. Rodrigues, não tem de me agradecer coisa alguma. O Saber deve ser partilhado porque a Ciência dos humanos é sempre curta e nada isenta em/de erros. Nascemos mas crescemos por fases (ou por degraus, se o preferir). Quanto a ocultar minha identificação: PORQUE HAVERIA QUE O FAZER? Opero à luz do dia.
Aprendi muita coisa ao longo de uns tantos anos (2002-2013), e desses Santos Caminhos, entre silêncio e muita solidão (regra geral, eu caminhava sòzinho – sublime privilégio!), aprendi que sou fraco e forte. Decapado por eles (Caminhos de Santiago), com a lexívia feita de pó, ferretes impiedosos de sol e lágrimas, hoje, sinto-me menos incompleto, menos imaturo. O Caminho é um espelho crítico pessoal (se se caminha sòzinho), vivi-o. Infelizmente, hoje, cresceu a quantidade de peregrinos, encurtou-se a sua qualidade. Sinais dos Tempos!
Respondendo agora às suas questões, pois saindo da Sé de Lisboa, está marcada com setas AMARELAS uma rota que conduz até Santiago de Compostela (existe um guia muito completo (que inclui mapas muito detalhados), ou não fosse talhado por um grande especialista na matéria dos Caminhos de Santiago por toda a Ibéria, ANTÓN POMBO: “Guía del Camino de Santiago – Camino Portugués”, edição ‘Anaya Touring’). Muito peregrino estrangeiro vem já fazendo este Caminho, pode crer. Eu cruzei-me com alguns.
Com estas marcas e algum empenho mental e físico, qualquer mortal chega na mais tangível segurança a Compostela. Sim, está muito bem marcado, bem melhor que o Caminho para Fátima, saído da Sé do Porto (e é lógico, porque há mais gente a peregrinar para Compostela).
Quem parte de Lisboa e quer rumar Fátima, deve sair da rota no centro de Alvaiázere (aqui, em 2012, a sinalização das setas AZUIS não era muito clara), na direcção de Caxarias.
Desde o sul de Portugal, não me pronuncio, apenas refiro que sei de peregrinos que o têm feito, e passando por Lisboa. Quanto a Espanha (sul?), talvez saindo de Sevilha (Vía de la Plata), ao passar por Cáceres, dirigir-se a Marvão. Rota marcada? Não o creio, todavia “todos os caminhos vão dar a Roma”.
Para terminar o tema, a título de informação, há uma via desde a costa algarvia e dirigindo-se para Compostela, designada “VIA LUSITANA”. Existe um único guia em idioma alemão, “Portugal/Spanien: Jakobsweg Ostportugal – Via Lusitana von der Algarve nach Ourense”, escrito por Hermann Hass, edição da prestigiada ‘Conrad Stein Verlag’. Parte de Vila Real de Santo António e percorre todo o interior português passando por Mértola, Beja, Évora, Alter do Chão, Nisa, Castelo Branco, Fundão Covilhã, Guarda, Trancoso, Lamego, Régua, Vila Real, Tourém (adiante de Pitões das Júnias) e entrando na Galiza, dirige-se para Ourense e integra-se aqui no Camino Sanabrés, variante da Vía de la Plata. Como pode imaginar é uma rota de SONHO em todo o sentido, ainda que tecnicamente bem complicada (sem albergues, etc., etc…). Cruzei-me já com um solitário peregrino inglês que se aproximava de Tourém, que partira de Vila Real Stº António.
Meu caro Senhor, já vou no meu terceiro par de botas, e isto algo teria de me acrescentar no campo da Sabedoria e equivalente dimensão de pequenez, verdade? Quanto e como necessitar deste pobre peregrino da Vida, creia-me ao seu inteiro e desinteressado dispôr. Basta enviar-me um mail para: carlosmahavishnu@hotmail.com
Finalmente, perdoe-me todo este “arrazoado” de palavras, as quais, entretanto, valem muito mais que isso (imodéstia, a minha?), pode crer. Não são teorias. Têm também húmus e cicatrizes na alma (e no corpo, por supuesto!).
As minhas saudações peregrinas
Carlos Cunha
[Duas notas – (I) Certamente, sem a luz do dia, as setas Azuis dissolvem-se pura e simplesmente. (II) Posso assegurar-lhe que cruzei Condeixa e não pisei um palmo a estrada onde foram colhidos mortalmente os 5 peregrinos, GRAÇAS ÀS SETAS AZUIS]
http://www.rotadoperegrino.com/