O Observador publicou uma interessante notícia sobre os elefantes brancos que foram os sucessivos Jogos Olímpicos … mesmo na Alemanha e nos Estados Unidos, dois países à partida menos dados ao desperdício e à má utilização dos recursos que são sempre escassos.
15 mil milhões de euros foi o custo dos JOs para a Grécia em 2004 … 13 mil milhões para o Brasil em 2016.
Dói ver tanto dinheiro (financiado a crédito, certo?) mal gasto. Ninguém gastaria 100 000 euros numa festa de casamento se apenas ganhasse o salário mínimo pois não? No caso do Brasil, dói ainda mais porque o país tem carências sociais que tornam este espectáculo olimpicamente pornográfico do ponto de vista de más políticas públicas.
É caso para perguntar: Se isto é um disparate tão grande (e parece ser, porque os chamados “benefícios líquidos” para a população local são muito questionáveis), por que razões insistem na mesma receita? É fácil ver que quem ganha são os construtores e os financiadores. Serão apenas o mote para o desvio de fundos por parte de quem nos governa? Quero acreditar que não é (só!) isso … é mais um querer projectar o nome de um país para a ribalta internacional, mostrando que o mesmo é capaz de organizar um grande evento, e que vale a pena visitá-lo. Mas certamente que haveria formas mais custo-eficientes de conseguir este objectivo, não?
Haveria uma alternativa melhor? Que tal escolher UMA cidade olímpica a nível mundial (podia ser na Grécia, berço das olimpíadas, ou num outro país com condições para tal), investir de UMA SÓ VEZ e depois mantê-la? Não acham que seria bem mais racional?
Quanto à crítica que assim só um país beneficiaria, reparem que cidades diferentes poderiam dedicar-se a coisas diferentes: cinema, teatro, jogos de inverno, etc.
Insistir no erro é que não me parece de todo uma boa estratégia.
Vale a pena pensar nisto …