Vi na Sic Notícias e depois confirmei no Sol que a consultora PricewaterhouseCoopers terá calculado que um funcionário público com direito a subsídio de férias no valor ilíquido de 2500 Eur irá apenas receber 982 Eur (um corte de 60,7%).
Como este corte me pareceu exagerado, fui ao blog do Pedro Pais que tem uma calculadora para 2013 da remuneração líquida.
Colocando 2500 Eur brutos de remuneração mensal normal, com todos os descontos (e desconsiderando o subsídio de alimentação), chega-se a um valor líquido de 1568,39 Eur.
Com o subsídio de férias a ser pago em Novembro de 2013 juntamente com o salário do mesmo mês, a remuneração ilíquida passa a ser 5000 Eur (o dobro) o que, como o IRS é progressivo, já sabemos que vamos subir nos escalões e pagar mais em impostos.
Ora vejamos. Com 5000 Eur de remuneração bruta, a calculadora sugere que o valor líquido a receber é de 2802,05 Eur.
Ou seja dos 2500 Eur do subsídio de férias, parece-se que o corte é de 50,61%, passando a receber 1233,66 Eur, o que corresponde a 49,39% do valor ilíquido (2500 Eur).
Ora, para mim, há uma colossal diferença entre receber 1233,66 Eur e receber 982 Eur Eur.
Afinal em que ficamos?
Ou houve uma alteração das taxas de retenção na fonte que me escapou desde esta.
Caro Pedro,
O cálculo da retenção de IRS é feito de forma autónoma quanto aos Subsídios.Acontece que os Func.Públicos estavam a descontar pelas tabelas do do Artº. 29º da Lei OE 2013(no caso do exemplo à taxa de 25,5%-na base de 13 venc. anuais).Como o Trib.Constitucional chumbou aquele artigo,agora em Nov, com o pagamento do Subsídio vão corrigir todos os meses que estão para trás à nova taxa(para o exemplo) de 27,5%(a tabela dos privados).Com o impacto da sobretaxa extraordinária, de facto a perda total vai para os 60%.De notar, que em todos os meses anteriores, os Func.Públicos estiveram a receber muito mais do que o que deveriam ter recebido.
A diferença geral entre as tabelas de retenção na fonte do IRS não é tão elevada. Modo geral, a PWC errou nos cálculos. Pois existem muitos fatores a ter em conta, tais como a situação de cada contribuinte (ex casado único titular, nº de dependentes). É inaceitável o trabalho pouco profissional da PWC; pior do que o trabalho, foi a comunicação social ter publicitado o estudo sem o analisar.
Obrigado Fernando pela explicação tão sucinta e tão fácil de entender. Da leitura das notícias não tinha com essa ideia. 🙂