Apresento-vos um vídeo da OCDE de Dezembro de 2011 sobre a desigualdade de rendimentos no grupo dos países mais desenvolvidos.
É interessante como atribuem o aumento da desigualdade entre os muito ricos e os muito pobres nos anos 1990 a uma redução da taxa marginal de impostos que incide sobre o maior escalão de rendimentos. Acho que é preciso também considerar que os ’90 foi a década da tecnologia e uma parte significativa do aumento da desigualdade registada deve-se a um enviesamento explicado pelas competências de cada um (algo que os economistas chamam de skill bias). Por outras palavras, a sociedade passou a procurar e a remunerar muito bem quem tinha competências na área da tecnologia.
Claro que, também, não podemos esquecer que foi nesta década que se registou o tech boom que premiou todos aqueles que nos trouxeram muita da tecnologia com que hoje convivemos.
E – já agora – há também um efeito superstar: o Cristiano Ronaldo ganha muito mais que o Eusébio ou o Pelé ganharam nos seus dias (mesmo corrigindo pelas diferenças no poder de compra), não porque o CR seja melhor, mas sim porque hoje em dia há uma tecnologia (os média) que permite que, no limite, vários milhares de milhões (billions) disfrutem de um dos seus jogos em directo. Isto é importante porque permite ao Real Madrid (ou a outro clube semelhante) capitalizar sobre o facto com o mais diverso merchandising. 🙂